29.10.09

Implante de chip para visão

Chips que prometem devolver a visão a quem não vê não são bem uma novidade. Em 2002, duas pesquisas, uma sobre implante de chip na retina e outra de implante de chip no cérebro, já mostravam resultados promissores na restauração da visão. Mas agora o Laboratório de Pesquisas de Eletrónicos (RLE) do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) está a desenvolver um chip que, implantado no globo ocular, leva, sem o uso de fios, a informação visual diretamente para o cérebro. A pesquisa está tão avançada que os testes clínicos começam em três anos. O que tem o chip do MIT de tão diferente dos já desenvolvidos para estar tão próximo de se tornar realidade? Enquanto os outros dois projetos ainda estão a tentar fazer com que os implantes deêm ao paciente a capacidade de reconhecer rostos e ler letras grandes, o do MIT já faz isso.









Eis aqui como funciona: o paciente que tem o chip implantado no globo ocular usa uns óculos contendo uma minúscula câmera de conexão sem fio. As imagens captadas pela câmera são enviadas para o microchip, que as transmite ao cérebro. Os óculos também contêm uma bobina que transmite energia para as bobinas receptoras colocadas em torno do globo ocular. Quando o microchip recebe a informação visual, ele ativa os eletrodos que simulam as células nervosas nas áreas da retina correspondentes às características da cena visual. Os eletrodos activam directamente os nervos ópticos que carregam os sinais para o cérebro, contornando as camadas danificadas da retina. Para evitar danos provocados pela infiltração de água e prolongar a duração do implante, o microchip foi encapsulado num estojo de titânio - material que também é de difícil rejeição pelo corpo humano.
Os pesquisadores dizem que esse sistema não vai restabelecer 100% da visão, mas dará ao paciente a capacidade de navegar por uma sala e reconhecer rostos. “Se eles puderem reconhecer os rostos das pessoas num sala, poderão se integrar socialmente ao ambiente, em vez de ficarem apenas sentados esperando que alguém fale com eles”, diz Shawn Kelly, pesquisador do Laboratório de Pesquisa de Eletrónicos, do MIT.